O bastão elétrico, instrumento usado por técnicos em bovinos nas instalações do frigorífico, no caso do gado de corte, ajuda a conduzir a rês pelos corredores até seu atordoamento. Ainda existem criadores que permitem que seus funcionários utilizem essa técnica de tocar o gado com o bastão elétrico, embora esse método cause stress no animal e possa comprometer sua carcaça diante de uma queda, por exemplo.
Com base em evidências científicas irrefutáveis, de que esses animais têm vontades, necessidades e sofrem, organizou-se um método técnico para que o tratamento do gado de corte seja mais humanitário desde sua saída do criadouro até o frigorífico. Esse processo consiste na quebra do paradigma de que o bovino é um número ou então uma máquina e passe a ter seu papel na sociedade, tendo direito de ser tratados com o menor sofrimento possível, por dois pontos principais: recursos e instalações para seu bem estar, e o desenvolvimento de técnicas para esse fim.
O desenvolvimento de meios de manejo racional consiste em estudar o comportamento dos bovinos para criar um ambiente mais sensorial onde ele possa se ajustar melhor, evitando seu stress e o possível prejuízo com a carne durante o processo de sacrifício. O manejo pré abate cria uma série de eventos aversivos ao animal, pois o ambiente tem situações não familiares à rês, tais como, o uso do bastão elétrico, chão escorregadio e vários disparos na hora do atordoamento.
Por conta disso é cada vez mais crescente o número de exigências e legislações referentes ao bem estar animal, especificadas por grandes clientes, como supermercados e restaurantes. Essas empresas também servem como motivadores poderosos no uso e desenvolvimento de métodos comportamentais. E foi buscando adequação às novas exigências do bem-estar dos bovinos, que foram desenvolvidas novas técnicas de capacitação para as práticas de manejo, minimizando o estresse e o sofrimento dos animais, formadas por três abordagens principais:
Considerar o estado psicológico do animal, sendo que o medo e a ansiedade são problemas de bem estar, garantir o seu estado biológico, para que o animal cresça e se reproduza, livre de doenças e má nutrição e por último manter o animal mais próximo possível de seu habitat natural para que o bovino tenha chance de desenvolver suas características de comportamento.
Durante o processo de abate, as novas exigências pedem que de cada 500 cabeças só um animal pode apresentar insensibilidade deficiente durante a sangria, apenas 1% dentre os animais a serem sacrificados pode cair, 3% podem escorregar e no máximo 5% desses pode sofrer mais de um disparo durante o seu atordoamento.
A capacitação de funcionários no frigorífico também é um fator indispensável para o sucesso da empresa na busca em se adequar às exigências e legislações dos supermercados. Com o surgimento de novas condições em bem-estar animal, os frigoríficos que planejavam manter seus negócios investiram em treinamento de pessoal. O que constitui em desenvolver habilidades, trazer novos conceitos e interação positiva com os bovinos. Recursos motivadores aos funcionários que garantem a boa prática após o seu treinamento.
O mercado exportador de carne, cada vez mais exigente na eficiência do abate racional de bovinos adotou desde 2004 o Box de atordoamento Beckhauser. Em parceria com o Etco – Grupo de Estudos e Pesquisas em Etologia e Ecologia Animal da Unesp – Jaboticabal, interior de São Paulo, a Beckhauser desenvolveu esse equipamento que hoje é usado nos maiores frigoríficos do pais, com mais de 60 plantas, algumas também no exterior.
Os auditores exigem que 95% dos animais sejam atordoados com apenas um disparo e o Box de atordoamento Beckhauser permite que isso seja feito com precisão até mesmo em animais menores. A câmara tem um dispositivo mecânico que move a rês para frente, deixando o animal mais contido dentro do aparelho com o apoio da pescoceira, espécie de bandeja que mantém a cabeça do bovino para cima evitando ainda mais sua movimentação durante o atordoamento.
O box de atordoamento Beckhauser dá mais praticidade ao operador, permitindo que ele trabalhe sozinho, com mais segurança e trazendo menos sofrimento à rês. Evitando quedas, pois tem piso antiderrapante e dando maior aproveitamento da carcaça, evitando hematomas também pelo menor número de disparos.
Nos antigos equipamentos o trabalho do operador era dificultado por conta do tamanho do Box, que era feito para acomodar grandes animais, dando a possibilidade dos bovinos menores que entravam no caixote de se debaterem. O operador tem que fazer várias tentativas para atordoar o animal correndo risco de sofrer um acidente e comprometer a carcaça da rês.
A partir disso houve um pedido dos produtores que fosse adaptado um Box de atordoamento que tivesse maiores resultados nesses sentidos. A Beckhauser atendendo às políticas das auditorias, à eficácia no trabalho e o menor sofrimento do animal, desenvolveu esse equipamento.
fonte: http://boiapasto.com.br/2010/07/metodos-de-humanizacao-na-hora-do-abate-trazem-maior-bem-estar-e-menos-sofrimento-aos-bovinos/

